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Festa no arraial, heranças do Brasil colonial.

Nessa época as festas mais comemoradas eram as festas natalinas e as festas dedicadas aos santos católicos, ou seja, a festa de São João...

De acordo com Günter Weimer, arraial era: “Termo de origem medieval proveniente da conjugação do artigo árabe al com o qualificativo raial que evoluiu para real, ou seja, próprio do rei. Originalmente, era empregado para qualificar as áreas ocupadas transitoriamente pelas tropas do monarca e, como tal, eram consideradas propriedade real temporária. No período colonial, esse termo foi ressuscitado com o significado de terreno apossado em nome do rei, pelos reinóis, como os colonizadores gostavam de ser tratados”.


Cláudia Damasceno Fonseca no livro “Arraiais e Vila d’El Rei. Espaço e poder nas Minas setecentistas” aponta que, em Portugal, tal termo era utilizado para nomear acampamentos militares ou feiras e quermesses, desta forma não sendo parte constituinte do léxico urbano. Segundo a autora, no final do século XVII na América Lusa, a palavra arraial referia-se aos pousos e roças feitas pelos bandeirantes ao longo de suas trilhas. Com a descoberta das minas, as trilhas viraram caminhos e alguns dos pousos existentes transformaram-se em pontos de encontro de agricultores e comerciantes, e rodeando esses locais surgiram povoados que também eram chamados arraiais.


Já no século XVIII, esse termo foi se associado cada vez mais aos povoados das zonas mineradoras da colônia, podendo ser usado tanto na designação de acampamentos precários quanto de núcleos mineradores já consolidados.



AS FESTIVIDADES NO ARRAIAL



Segundo a historiadora Márcia Pinna, o Brasil tinha um calendário de festas oficiais que na época já eram ou de caráter religioso ou político. Eram comemorados nascimentos, casamentos e até a morte de nobres e figuras ilustres fossem daqui do Brasil ou mesmo de Portugal. As festas tinham a iniciativa da igreja e seguiam um cronograma que vemos até os dias de hoje, com missas e procissões, queima de fogos de artifícios, música e muita comida.



Nessa época as festas mais comemoradas eram as festas natalinas e as festas dedicadas aos santos católicos, ou seja, a festa de São João já nessa época era de grande importância nas vilas e nos arraiás. Geralmente esses lugares eram ambientes extremamente carentes de atividades sociais e culturais, com isso, qualquer festividade, inclusive a do mês de junho, transformava-se em um grande evento de importância para todos os membros.

Era a oportunidade de desfilar com as suas roupas mais bonitas e luxuosas, exibiam se as joias aos que a tinham, os tecidos nobres, chapéus e qualquer outro item que representasse status para a época.



Mesmo no Brasil, por mais religiosa que fossem as festas, os aspectos pagãos e populares faziam-se presentes e por mais que a igreja católica tentasse dar um ar mais familiar, as pessoas sempre cometiam excessos. A ostentação era uma das principais características entre

os participantes.



No período pré-colonial, com a chegada dos portugueses em terras brasileiras, a igreja católica através dos Jesuítas foi incorporando os costumes europeus de cunho religioso a cultura local, até então indígena e que já possuía características bem parecidas as originalmente europeias: danças em volta das fogueiras e as celebrações a deuses e a fertilidade da terra.

Conforme a expansão colonial do Brasil foi acontecendo, foram sendo criados povoados e nesses povoados que curiosamente na época eram chamados de “Arraial”.

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